*

Parece que já não há mais pelo o que lutar,

nem tão pouco o que se conquistar.

Já não tem mais sentido e o que era a busca pelo alimento, agora está farto do vazio.

"Dar murros em ponta de faca", "empurrar com a barriga".

Não sobrou mais nada, nem o cansaço só uma indiferença letal.

Em meio a tantos pensamentos, confrontos, a frieza geral, as impossibilidades a alma sussura a Ti:

Não me deixes desistir!

Esse é o clamor da alma que não sabe viver sem existir em Ti.

Como é difícil ir de encontro a uma multidão, principalmente quando não há mais forças, nem nada que impulsione a ir adiante.

Será que ainda existem planos?

Será que ainda poderão se cumprir?

Aos olhos humanos em todas as portas, rostos está escrito: não!

Diante de tantos questionamentos, uma lembrança que traz forças de onde não mais há.

"Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus.

A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?

Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, pois me perguntam o tempo todo: "Onde está o seu Deus? "

Quando me lembro destas coisas choro angustiado. Pois eu costumava ir com a multidão, conduzindo a procissão à casa de Deus, com cantos de alegria e de ação de graças entre a multidão que festejava.

Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e

o meu Deus."

Salmos 42:1-6 (NVI)

A sede por Ti toma conta de mim, a ausência do teu falar me pertuba, a desesperança clama pela Tua esperança, a minha alma grita pelo Teu socorro.

Porque vives, porque Te amo, porque sem Ti não sou ninguém, porque só a vida em Ti eu falo:

-Tenho desistido de tudo, só não desisto de Ti. Não me deixes desistir de quem eu sou em Ti, não me deixes desistir do que queres fazer de mim, não me deixes desistir.

Quando a pergunta responde.

Mudou? Ou será que foi sempre assim?
Quem enganou quem? Quem se ocultou a realidade?
Existe um culpado? Quantos?
Quando foi que os olhos se abriram? Porque os seus ainda estão fechados?
Quem não quer ver? Qual preço se paga por enxergar?
Qual a prioridade? Mas será que um dia teve?
Qual o fim desse interrogatório? Mas já não é o fim?
Ou será o começo do fim da aparência? Aceitar, calar, fugir tem alguma outra opção?
Estranhos que se conhecem? Ou conhecidos que se estranham?
Serão sempre dúvidas? Quem ousará responder?

Lar

Pra onde irei?
Pra onde correrei?
Quão longe eu poderei ir ao ponto de não sentir tua falta?
Qual distância percorrerei para que consiga fugir?
Onde me esconderei?
Onde poderei eu me abrigar?

Pois não há distância que eu possa ir,
Nem algum esconderijo que seja secreto a Ti,
Não há segurança longe dos Teus braços.

Nessa insistência sem sentido eu só faço me cansar.
Ainda mais.
Posso eu me perder de Ti, mas Teu olhar nunca sai de sobre mim,
Mesmo que silenciosamente e quase que de forma imperceptível
Tuas mãos vão me livrando,
Me cuidando,
Zelando por mim

Pois o Teu amor não muda e embora eu tente, nada, nem eu, poderei mudar o que Tu pensas ao meu respeito e os planos que tão amorosamente arquitetastes, detalhe por detalhe pra mim, a forma como quão carinhosamente desenhastes a mim e formastes o meu caráter com propósitos bem defenidos até sobre as minhas imperfeições, os caminhos que eu iria e ainda irei percorrer para atingir o Teu alvo e como as minhas particularidades Te alegram e te fazem permanecer me amando assim, de forma tão violenta ao ponto de não conseguir me perder pra ninguém, nem pra mim mesma.

Então,
com lágrimas de arrependimento,
de reconhecimento,
eu volto pra onde nunca deveria ter saído.
O meu lugar que é sempre onde Tu estás.
E me chamas pra mais perto,
me abraças com saudade,
seguras em minha mão e caminhas pela vida, que não é minha, é Tua.
Estou de volta ao Lar.

Nota

Bem, a criação do blog foi algo bem desprentecioso e sem intenção alguma de "bombar na rede", conquistar seguidores ou coisa do tipo, a intenção sempre foi guardar os textos para que não fossem perdidos nos cadernos e ao compartilhar com os amigos passei a ter algumas poucas visualizações e podem crer a grande maioria permanecem sendo dos amigos, rs. (Valeu gente!)

Tá, e porque essa postagem?

Como o meu interesse nunca foram esses que citei acima, nunca fiz questão por créditos ou solicitei divulgação de ninguém, porém, parte do bom senso não é? Inclusive aqui no blog tem algumas poucas postagens de textos que não são meus e por isso estão com aspas (") e enderaçados aos seus devidos autores.

Então, sou muito grata a Deus, de verdade, pelas pessoas que de alguma forma chegaram até aqui e se identificaram com as reflexões em forma de texto aqui postadas, sabe porque? Porque a culpa é toda dEle! A maioria dos textos e eu me atreveria a dizer todos, são reflexões do Pai que partem diretamente pra mim para poder alcançar a outros. Eu sou de barro, portanto o que há de bom em mim é DELE, PRA ELE e por ser assim as postagens aqui raramente são frequentes. Eu muito me alegro ao perceber que tem gente que se identifica, que gosta do que lê aqui porque eu percebo que isso aqui também é uma forma de levar Deus, o amor da minha vida, a outros. Que honra (que é toda DELE).

Carinhosamente eu peço, não precisa colocar meu nome ao publicar os textos em suas redes socias (facebook, twitter, instagram, blogger, enfim) mas como alguém que escreve eu solicito com amor que ao fazer isso, o que me deixa feliz demais, coloque ao menos o endereço do blog e utilize aspas.

É pedir muito?

Espero que não haja chateação de ninguém ao ler isso.

Abraços da pessoa que escreve nesse blog.

Tu És o pintor, eu sou apenas o pincel!

A liberdade que prendi

As lembranças podem ser perturbadoras se evitamos sua chegada e a presença de todos os sentimentos que as envolvem.
Abrir a caixa das lembranças exige esforço, não pode ser de qualquer jeito, ou "acho que vou fazer isso agora", é preciso estar pronto para se revirar por dentro, pois se isso não acontecer elas virão sem mandar recado.
É preciso parar de correr das lembranças e das marcas causadas pelos acontecimentos, pra enfim deixar curar de uma vez por todas, pra parar de latejar quando algo faz lembrar a ferida, pra parar de maquiar o sentimento com um sorriso bobo de "eu não me importo mais com isso", para poder sentir de novo a dor e perceber que ela já não te controla mais e que já não faz mais nenhum sentido prender-se a ela, para se conhecer melhor por dentro, para redescobrir o amor e a capacidade de perdoar, para enfim (e de-uma-vez-por-todas) ser definitivamente livre.
Livre pra amar com a mesma capacidade de antes e quem sabe ainda mais, livre pra perdoar sem ser perturbado pelas lembranças, livre pra quebrar com as correntes, livre pra descobrir que existem coisas que ainda dão pra concertar, já outras precisam ir embora e temos que deixar ir e seguir sem olhar pra trás, livre pra ser L-I-V-R-E do tipo "isso não me incomoda mais" e sem culpa, sem ressentimentos, pra olhar sem sentir dor, pra perceber que você sobreviveu, livre pra crescer.
Sim, crescer. Toda experiência produz um crescimento, um amadurecimento e chega uma hora que não dá mais pra ficar dando uma de criança agarrada com o palito do pirulito que já acabou e sim tomar uma atitude diante de si mesmo, deixar o palito de lado e aproveitar as doçuras da vida que estão ao nosso redor só nos esperando percebê-las. É o se entregar como antes, ou até mais mesmo se lançar com mais força por saber que existem coisas e pessoas que valem o nosso esforço.

E então deixar cicatrizar,
deixar fechar,
deixar SARAR
e continuar.

Até que eu seja...

Tanta armadura,

Tanta pose,

Tantas, t-a-n-t-a-s teorias... Pra quê mesmo?

Pra convencer a quem?

...

Posso ser vista por todos como quero ser vista, MAS (sempre tem um "mas", o Teu mas) o meu discurso bem elaborado e repetitivo é desestruturado pelo Teu olhar que me sonda e profundamente me conhece, e todo o meu disfarce vai por água baixo, que está mais pra um balde água fria, e daí então eu posso ser quem sou.

Em Ti meu Senhor e somente a Ti todas as minhas fraquezas são expostas e a minha fragilidade sutilmente aparece e eu posso ser quem sou, quem realmente sou.

Apenas e nada mais do que uma menina.

A Sua menina.

Somente um coração querendo se mostrar sem saber como.

Nada além do que uma filha querendo o colo do Pai Celestial.

Uma filha tantas vezes mimada e birrenta precisando da Tua correção.

E reconhecendo quem sou vendo quem Tu És, permito-me ser tocada por Tuas mãos e transformada por Ti, para que não seja mais um disfarce, mas uma obra em constante construção e sempre que preciso em reforma e que eu seja um vaso diariamente moldado e aperfeiçoado por Ti, forjando em mim o Teu caráter e vendo a mim através dos Teus olhos, que são olhos de amor e de concerto.

Até que chegue o dia perfeito, até que ao olhar pra mim, eu TE VEJA.

Até que eu veja a Ti.

(Um fim as máscaras, um fim a aparência, um basta na pose e um sim, um sim pra quem sou, para que eu seja o que Tu queres de mim).

Desacelerar

(Aperta o play no vídeo abaixo do texto e deixa Deus falar com você. Como Ele fez comigo).

Promessas.
Sonhos.
Desejos.
Convicções.
A busca pela realização,
O caminho para cumprimento das promessas.
O caminho em direção ao lugar certo.
A vontade de chegar.
O desejo de viver.
E agora, pra onde ir?
De repente um impulso e logo vem o descontrole e a angústia toma conta.
-Mas Senhor, eu não consigo ver nada! Tudo está tão parado, tão do mesmo jeito...
-Deus, onde está a realização das promessas?
-Cadê a mudança de vida Senhor?
-Me sinto tão cansado de andar em círculos e não chegar a lugar algum...
-Preciso de uma direção!
-Eu preciso entender os teus propósitos pra mim! Não me deixa tomar o caminho/decisão errada!
E em meio a toda agonia, uma direção do Alto: PARAR!
-Como assim? Parar?
-Ansiedade nunca resolveu nada, essa agonia aí é desnecessária. Desacelera Filho! Você precisa parar e tem que ser agora! Acalma o Teu coração! Basta a cada dia o seu mal.
Toma! Segura a minha mão. Vamos trilhar esse caminho juntos.
Agora me ouve.
Eu não volto atrás com a minha Palavra. Nada foge do controle das minhas mãos e para tudo Eu separei um tempo determinado. Tira o teu olhar das circunstâncias e olha pra Mim! Lança sobre Mim a tua ansiedade e descansa em Mim, eu estou com você! Desacelera e vem Comigo.

"Eu preciso ajustar a visão

Aquietar este meu coração

Preciso te ouvir falar

Vem, senhor, segurar minha mão

Me tirar dessa agitação

Vem me desacelerar

Desacelerar..."